A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte realiza o Ciclo Verdade e Memória – I Ato hoje (13), a partir das 8h15, no auditório da OAB/RN. O evento é gratuito e destinado a advogados, estudantes de direito, integrantes de movimentos sociais e interessados na discussão.
Na oportunidade, será realizado ato público em razão dos 44 anos do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), que deu poderes ilimitados ao governo militar do presidente Artur da Costa e Silva, e terá a participação do jornalista norte-riograndense Dermi Azevedo (ex-preso político e um dos fundadores do Movimento Nacional de Direitos Humanos/MNDH), dos advogados Paulo Francinete e Roberto Furtado. O objetivo é mostrar as bandeiras, lutas e circunstâncias pelas quais muitos foram presos, torturados, banidos e assassinados pelo regime militar.
PROGRAMAÇÃO
Dia 13/12
08:15 – Ato Público em razão dos 44 anos do AI-5
08:30 – Relato do Jornalista Dermi Azevedo
14:30 – Relato do Advogado Paulo Francinete
18:15 – Homenagem a Roberto Furtado
Jornalista Dermi Azevedo
Dermi trabalhou, entre outras publicações, nos jornais Diário de Natal, Tribuna do Norte, A Ordem, Salário Mínimo, Visão, Manchete, Fatos & Fotos, VEJA, Isto É (da qual foi correspondente na Itália), Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde e Informations Catholiques Internationales, da França. Como pesquisador, fez especialização em Relações Internacionais, na FESPSP, sobre a política externa do Vaticano, tornando-se, em seguida, Mestre em Ciência Política, na USP, com dissertação sobre a colaboração de agentes religiosos com a repressão de 1964/1985 e Doutor nessa mesma universidade, com uma tese sobre Igreja Católica e Democracia. Dermi foi presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Natal. Presidiu também a COOJORNAT - Cooperativa dos Jornalistas de Natal e foi um dos representantes brasileiros na II Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada, pela ONU, em 1993, em Viena, Áustria. Atualmente Dermi reside em Belém, no Estado do Pará.
Advogado Roberto Furtado
Nasceu em 2 de junho de 1933 em Natal (RN). Ingressou na Faculdade de Direito de Alagoas em 1951 e ainda no primeiro ano de faculdade fez concurso para provisionado. Sendo aprovado, inscreveu-se na OAB. Formou-se no ano de 1955 e em 1960 exerceu o cargo de procurador fiscal do Rio Grande do Norte. Em 1961 foi aprovado em primeiro lugar no concurso para juiz de Direito, tendo sido nomeado para a Comarca de Umarizal. Por opção pela advocacia, não tomou posse. Exerceu o cargo de procurador da Prefeitura de Natal (1963) e a partir de 1964 – período da ditadura militar –, advogou para mais de cem presos políticos de seu Estado. Roberto Brandão Furtado fundou o MDB no Estado em 1965, elegeu-se deputado estadual em 1966, 1974 e 1978 (já PMDB). Em 1980 foi eleito presidente da Seccional da OAB potiguar, tendo exercido posteriormente o cargo de conselheiro federal da entidade. O advogado potiguar criou na OAB-RN a Comissão de Direitos Humanos e presidiu, ainda, o Comitê de Anistia e o Comitê Pró Constituinte no Rio Grande do Norte. Foi vice-prefeito de Natal (1985); chefe da Casa Civil da Prefeitura; secretário de Estado de Segurança Pública (1995); e secretário de Administração Pública (1996), cargo que exerceu até o fim de 1998.
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