Entrar no Hospital Walfredo Gurgel é se deparar com antiga situação de caos: pacientes nos corredores, falta de medicamentos, de profissionais e macas insuficientes, além de lista de espera para atendimento com 171 nomes. Sabendo desta situação, a Comissão de Direito à Saúde da OAB/RN, presidida pela advogada Elisângela Fernandes, visitou hoje (12) o hospital juntamente com o secretário Estadual de Saúde, Domício Arruda, e com representantes do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – CREMERN e o Conselho Regional de Enfermagem do Estado.
Conforme um dos representantes CREMERN, Francisco Braga, enquanto os postos de saúde e os hospitais regionais não funcionarem adequadamente, o Walfredo sempre terá dificuldades grandes. Para o secretário Domício Arruda, o problema é a falta de recursos. “Estive em Brasília ontem e o ministro da Saúde se comprometeu a encaminhar equipe ao Walfredo para avaliar ingresso no programa SOS Emergência, o que garantiria R$ 3 milhões para aquisição e renovação de equipamentos, além de repasse mensal de R$ 300 mil para custeio e a tabela dos serviços prestados ao SUS seria dobrada”, disse.
Os funcionários do hospital relataram, entre outros problemas: setor com 4 técnicos de enfermagem para atender 75 pacientes, Unidade de Terapia Intensiva - UTI Pediátrica com mães dormindo no chão por falta de espaço físico, macas do Samu com pacientes nos corredores, além da constante falta de material e medicamentos. Para o presidente do CREMERN, Jeancarlo Cavalcante, falta o mínimo necessário para que os pacientes sejam atendidos pelos médicos que trabalham no Clóvis Sarinho.
Segundo a advogada Elisângela Fernandes, o objetivo da visita foi conhecer bem os problemas a fim de encaminhar sugestões para os responsáveis. “Se o problema é recurso vamos cobrar dos responsáveis, seja no Estado ou no Município, até mesmo se a questão for de ordem Federal, temos o Conselho Federal da OAB para cobrar também”, disse. Na oportunidade, o diretor do Walfredo, Mozart Dias, relatou que do valor destinado em 2011 para o hospital, quase a metade foi para pagar dívidas. Disse, ainda, que este ano já tem pendência financeira significativa, que fornecedores não querem mais atender as solicitações e o que chega não atende nem a metade da necessidade.
A Comissão de Direito à Saúde da OAB/RN deve finalizar relatório da visita de hoje ao Walfredo Gurgel e da fiscalização feita ao Hospital Regional Tarcísio Maia em Mossoró, no domingo passado, ainda nesta semana. Em seguida, será marcada reunião com os Conselhos de Medicina e Enfermagem do Estado.