Na manhã de hoje (06), os integrantes do Fórum em Defesa da Saúde estiveram reunidos com o Grupo Gestor do Hospital Walfredo Gurgel. A promotora de saúde Iara Pinheiro solicitou a reunião para conhecer os integrantes e avaliar a distribuição das funções. “ 10 milhões é o valor gasto por mês no Walfredo. Temos que acompanhar os 23 contratos terceirizados e os 2.100 funcionários que prestam atendimento aqui”, disse a promotora.
O Grupo Gestor, nomeado através de portaria do Governo do Estado, tem o objetivo de implementar ações imediatas e estratégicas nas despesas do hospital, abastecimento, serviços terceirizados e soluções para desafogar os corredores. Durante a apresentação dos 15 integrantes, que também são funcionários do hospital, percebeu-se que funções não foram divididas entre eles. Segundo o médico João Rabello, integrante do grupo, está sendo elaborado regimento interno com este fim.
Questionados a respeito das ações, os integrantes apresentaram algumas dificuldades como a realização do primeiro pagamento de 2012, que só foi efetuado na semana passada ,pois desde que o antigo diretor saiu, estavam com problemas para assinar as ordens de pagamento. Outro problema exposto foi a ausência de diretor técnico e clínico para todo o complexo hospitalar. Ou seja, sem diretor, o grupo está deliberando os problemas diários e as ações estratégicas ainda não começaram a ser implementadas.
Convidado para participar da reunião pela promotora Iara Pinheiro, o coordenador estadual das Urgências e Emergências do SAMU, Luiz Roberto Fonseca, relatou a intervenção do SAMU feita no Walfredo em fevereiro. “O acolhimento de pacientes foi feito, na época, baseado nos critérios da classificação de risco, bem como o encaminhamento para os locais adequados, de acordo com suas necessidades de atendimento, em conformidade com as diretrizes da atenção às urgências. A intervenção acontecia na porta de entrada do hospital para regular todos os pacientes que procurassem atendimento de forma indevida”, disse. Ressaltou também que todo mundo fala que tudo é culpa do Walfredo, mas o que falta é uma gestão forte que tire vícios de médicos e funcionários. Conforme a promotora da saúde, há tráfico de influência com médicos e funcionários o que dificulta ainda mais a problemática. “Aproveito o momento e entrego relatório, feito por Luiz Roberto, durante a intervenção do SAMU, para que o Grupo Gestor avalie os problemas apresentados e as sugestões”, falou.
Participaram da visita pela OAB/RN a conselheira federal Elke Cunha, a presidente da Comissão de Direito à Saúde, Elisângela Fernandes e a integrante da comissão Leila Moura.
Composto por membros do Ministério Público, OAB/RN, Conselho Regional de Medicina, Conselho de Farmácia, Conselho de Enfermagem, Tribunal de Contas do Estado – TCE, Conselho Estadual de Saúde, SINDSAÚDE, entre outros, o Fórum de Saúde tem realizado reuniões semanais para avaliar o caos na saúde do Rio Grande do Norte e acompanhar as sugestões apresentadas para amenizar a situação.
GRUPO GESTOR
O Grupo Gestor foi instituído, através da lei do SUS 8.142/90, que dispõe sobre a participação da comunidade e dos trabalhadores na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 29 de maio de 2012, foi publicado no Diário Oficial do Estado a instituição deste grupo gestor no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel vai atuar de forma consultiva, propositiva e deliberativa dentro da unidade hospitalar. É formado por 15 profissionais de diversas áreas, que devem identificar e deliberar soluções para as necessidades do hospital.
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