O Comitê da Verdade do Rio Grande do Norte, composto, entre outras instituições, pela Ordem dos Advogados do Brasil no RN, através das Comissões de Direitos Humanos e Verdade e Memória, realizou na tarde desta sexta-feira (14), na sede da OAB/RN, o lançamento do livro “Onde Está Meu Filho?”, de Chico de Assis, Cristina Tavares, Gilvandro Filho, Glória Brandão, Jodelva Duarte e Nagib Jorge Neto.

O evento contou com a participação de Luiza Erundina, presidente da Comissão da Verdade, Memória e Justiça, da Câmara Federal. Ela falou dos trabalhos realizados pela Comissão e também relatou os momentos que viveu durante a ditadura militar. “Depois de 40 anos da Ditadura, ainda estamos buscando a verdade e tentando mobilizar a sociedade para que seja feita justiça. Não basta apenas conhecermos os responsáveis pelos crimes cometidos naquela época, temos que exigir justiça. Eles precisam ser punidos”.

Para Luiza, o Brasil ainda vive o processo de redemocratização. “Esse processo estará inacabado enquanto a gente não punir os responsáveis. Ainda estamos na retranca de países como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, que já fizeram esse tipo de justiça. Esse momento é importante na busca desses fatos que estão escondidos em um véu de impunidade e covardia. Não podemos deixá-lo passar”.

Segundo Fátima Bezerra, deputada federal, Luiza Erundina é um exemplo de luta. “Sua trajetória é um exemplo de vida. Ela é uma guerreira para o povo brasileiro”.

Luiza Erundina
Nasceu no dia 30 de novembro de 1934 na cidade de Uiraúna, na Paraíba. É a sétim de dez filhos de um artesão de selas e arreios de couro. Começou a trabalhar ainda na infância, vendendo bolos feitos pela mãe.

Com uma vida inteira dedicada à Política, Luiza Erundina assumiu seu primeiro cargo público no ano de 1958, quando foi Secretária de Educação de Campina Grande, na Paraíba. Em 1971 emigra para São Paulo, perseguida pela ditadura militar. No ano de 1980, participa da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores) e em 1982 elege-se vereadora da cidade de São Paulo. Quatro anos depois, em 1986, é eleita deputada estadual e em 1988, elege-se prefeita da maior cidade da América Latina, São Paulo, pelo PT, sendo a primeira mulher a assumir o cargo na capital paulista. Em 1993, depois do impeachment do presidente Collor, Luiza Erundina é nomeada ministra da Secretaria da Administração Federal, no governo Itamar Franco. No ano de 1998, já no PSB (Partido Socialista Brasileiro), é eleita deputada federal por São Paulo.

Assumiu mandato parlamentar na Câmara dos Deputados no ano de 1999 e desde então vem atuando de forma exemplar e ética, próxima das bases e integrada à sociedade pela inclusão da classe trabalhadora, dos excluídos e das minorias, tendo como princípio maior a justiça social e a igualdade de direitos. Na Câmara, Luiza Erundina tem se destacado na atuação junto à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), à Comissão de Legislação Participativa, (CLP) da qual foi sua primeira presidente e também é integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), na qual, coordena uma Subcomissão Permanente, a Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça.

Atualmente Luiza Erundina está no seu quarto mandato como deputada federal e é coordenadora da Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular que, luta por uma reforma política ampla, capaz de corrigir as graves distorções do sistema partidário e eleitoral e coibir os desvios éticos que têm marcado historicamente, a vida política brasileira e também, coordena a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom), onde, dentre os principais pontos tratados, estão a garantia do exercício da liberdade de expressão e do direito a comunicação, além da reformulação do Marco Regulatório do setor. Destaca-se ainda na luta pela ampliação da participação das mulheres na política, pela democratização dos meios de comunicação no Brasil e pela reforma do sistema político brasileiro.