A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Potiguar, recebeu na tarde desta segunda-feira (10) a visita do comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Coronel Francisco Araújo, para falar sobre a agressão sofrida pela vice-presidente da Comissão de Direito Sanitário e Saúde da OAB Federal, Elke Mendes Cunha Freire, e pela presidente da Comissão Seccional de Direito à Saúde, Elisângela Fernandes, durante o protesto “Marcha Todos pela Saúde”, realizado na última sexta-feira (7), no desfile cívico.

Em conversa com as representantes da OABRN na Marcha e com os diretores da instituição, o Coronel Araújo lamentou o ocorrido e comunicou que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos. “Essa não é uma conduta pregada pela Polícia Militar do nosso Estado. Vamos ouvir os policiais, resgatar os vídeos e as fotos para descobri qual policial agiu fora dos nossos procedimentos. Se for confirmado que houve excesso, os responsáveis serão punidos”.

Elke Cunha agradeceu a visita do Coronel e deixou claro que, desde o início, a intenção da marcha era pacífica. “Chegaram a insinuar que nós rompemos o cordão de isolamento, mas este nem existia. Iríamos entrar logo após o desfile, no vácuo. Mas aconteceu alguma divergência no comando da polícia, porque bloquearam a nossa entrada e passaram a empurrar a multidão. Elisângela, que está grávida, tentou sair do local, mas a polícia não permitiu, começando assim a agressão”.

Segundo Elisângela Fernandes, o que mais importa agora não é apenas a punição dos policiais responsáveis, mas principalmente o treinamento da Polícia do RN, para que outras pessoas não passem pela mesma situação. “O que eu não consigo acreditar é que quem deveria estar ao meu lado para me defender está me agredindo”.

“Não podemos generalizar o comportamento da Polícia. Sabemos que nem todos procedem desta forma. Eu estava no meu papel, eles estavam no papel deles, mas alguns fugiram”, concluiu Elke.

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do RN, Paulo Teixeira, a iniciativa do Coronel em procurar a OAB é uma demonstração de que instituição mudou sua filosofia. “A Marcha era um movimento pacífico, de pessoas preocupadas com a saúde do nosso Estado. A OAB, ao apoiar essas causas, pensa no benefício da sociedade e na defesa do cidadão. Tenho certeza que esse também é o interesse do nosso Governo”.