Artigo: Um País sem alma

21/05/2022
A deduzir do descaso do povo com as coisas e a política do Brasil, nos leva a deduzir que somos um País sem alma.

Os desmandos continuam, antes e depois das eleições. A disputa renhida de antes, com indicação dos pontos fracos dos candidatos logo desaparecem para permitir os conchavos e alianças para o 2º turno, sem mais questionamentos – é o jogo da mentira.

Partidos sem ideologia só existem no papel, pois eles mesmos debocham do povo ao admitir certa categoria de pessoas a concorrerem a cargos públicos com suas legendas e que, boa parte, somente teve o seu único voto, em detrimento de tanta gente valorosa que se distancia da política com vergonha dos seus objetivos colidentes com os anseios da comunidade.

Enquanto essa vergonha acontece, a legislação brasileira privilegia os acordos espúrios entre partidos os quais, graças a essa artificialidade, conseguem eleger candidatos sem expressão na coletividade e logram vitória sobre outros que, individualmente, tiveram uma votação expressiva, reforçando o dito popular desgastado - “ganha mas não leva”.

Precisamos refletir sobre esses aspectos da legislação eleitoral e criar mecanismos para que o cidadão de bem possa se candidatar, sem atrelamento a partidos de aluguel ou carcomidos pelos vícios da corrupção, que tornam o Brasil em mais uma republiqueta manipulada desta enfraquecida América do Sul,berço dos ditadores de fato e de direito.

Ademais disso, tem sido comum em nosso País a velha história de cassação dos eleitos por delitos cometidos antes do pleito e que deveriam ter sido apurados no momento oportuno.

Vivemos, indiscutivelmente, a era da insegurança jurídica, onde ser honesto é motivo de vergonha e ganham os piores.

Vejam vocês – Natal tem uma das mais deficientes administrações de toda a sua história, mas a Prefeita será premiada com o direito de terminar o seu mandato e, quem sabe, daqui a pouco tempo, retornar a concorrer a cargo público. Temos que suportar os desmandos administrativos de secretários que têm mais amor ao cargo do que às suas obrigações, enquanto sonhamos com a concretização do “legado da copa”, engodo demagógico cada vez mais distante.

Vivemos um momento que nos relembra “Hobbes” com o seu “leviatã”. E nada se faz, senão proclamar os retornos dos “mesmos” trogloditas da política, coronéis da vontade nacional, traidores da confiança do povo.

O “mensalão” está aí, e as outras “operações” quando serão julgadas?

Já não ocupo nenhum cargo, estou arquivado, esquecido pelas instituições públicas onde dei tanto do meu trabalho, como a UFRN, o TCE e o TRE. Já não faço parte das listas dos cronistas, não recebo convites. Apenas a OAB/RN não me abandonou. Mas guardo o direito de gritar em meu “blogue”, pois, raramente, um artigo meu é publicado. Coisas do tempo e dos costumes da província!

ATÉ QUANDO VAMOS SUPORTAR TANTA VERGONHA!

Carlos Roberto de Miranda Gomes (um pobre advogado, já velho, e ainda sonhador).

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