Ao receber um grupo de manifestantes que participaram de ato em Brasília no último sábado (15), o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado, reiterou a necessidade de um diálogo com as autoridades para assegurar a realização dos protestos de maneira pacífica e, ao mesmo tempo, de forma a garantir o direito de livre manifestação. “O Brasil tem que ser a Pátria da liberdade”, disse.
Na reunião, que contou também com a participação do presidente da Seccional da OAB do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foram anunciadas medidas que serão tomadas pela entidade em relação aos atos, que tiveram início em todo o País na semana passada e prosseguem nesta segunda-feira (17).
O Conselho Federal e a OAB-DF irão indicar advogados para acompanhar os inquéritos e os procedimentos em relação aos possíveis abusos cometidos contra os manifestantes no ato de Brasília. Também será designado um observador da Comissão de Direitos Humanos da Seccional para receber os relatos sobre as manifestações e apurar os fatos. Foi decidido ainda que a OAB Nacional e do DF se colocarão à disposição para atuar como mediadoras entre as autoridades de segurança pública e os manifestantes, para que sejam respeitados os direitos públicos e privados.
“Através das medidas anunciadas hoje teremos um panorama claro do que realmente vem ocorrendo nestas manifestações. A Ordem será um ponto de equilíbrio, pois não se pode ter na capital do país uma postura como a que ocorreu”, avaliou Ibaneis Rocha. Segundo informou o presidente nacional da OAB, o Conselho Federal recomendará às demais Seccionais que adotem as medidas e atuem junto às autoridades locais de segurança pública e aos manifestantes.
Marcus Vinicius ressaltou que a preocupação da OAB, conforme já dito em nota pública divulgada na manhã de hoje, é garantir o cumprimento da Constituição. “Houve excessos que são setorizados que podem ser verificados e devem ser responsabilizados. Temos que preparar o Estado brasileiro e as forças de segurança para tratar de forma mais democrática os movimentos sociais. Os movimentos sociais não podem ser tratados como movimentos criminosos”, frisou.
Para hoje estão marcadas novas manifestações em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais.