A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) lança, por meio da sua Comissão de Direitos Humanos (CDH), uma campanha de combate ao racismo. A iniciativa busca, por meio de peças publicitárias, eventos e ações institucionais, conscientizar a advocacia e demais membros da sociedade sobre o debate antirracista.  

A presidente da CDH, a advogada Mariana de Siqueira, frisou que o racismo é um problema estrutural "seríssimo e que demanda um enfrentado multidirecional para que possa ser superado". Para a presidente, é muito importante que instituições como a OAB realizem campanhas e ações diversas de conscientização e divulgação de práticas antiracistas. 

"Divulgar as leis de isonomia e proteção, esclarecer a população sobre a liberdade e tolerância religiosa e explicar os caminhos que podem ser percorridos em casos de violações de direitos é fundamental", explicou Mariana de Siqueira. 

 A campanha surgiu, de acordo com o com o membro da Comissão e advogado Daniel Euzébio Pinheiro, a partir da constatação de que alguns advogados e advogadas estavam compartilhando uma postagem que continha uma notícia falsa carregada de intolerância religiosa. Desta forma, a CDH resolveu buscar maneiras de promover a informação de maneira educativa para difundir o respeito à diversidade.  

 "Enquanto a comissão estudava a melhor maneira de fazer isso, eclodiram os episódios que deram impulso ao crescimento da luta antirracista ao redor do mundo e então resolvemos ampliar o objeto da campanha que estava sendo pensada como maneira de abranger também esse debate", disse Daniel Euzébio. 

O objetivo da campanha vem se desenhando como uma forma de posicionar a instituição na causa antirracista a partir dos seus verdadeiros princípios "e não reforçar antigos chavões e clichês da comunicação institucional que acabam reproduzindo e reforçando um discurso hegemônico de falsa sensação de paz e democracia racial", frisou o advogado.

A campanha se constrói também com a intenção de tornar esse posicionamento uma marca perene da própria estrutura institucional e não somente um episódio espasmódico. Ao final da campanha, será promovido um evento online com transmissão pelo canal da OAB no YouTube, que está sendo pensado e formatado para dar maior amplitude ao tema.

"É preciso também refletir sobre o que pode ser feito institucionalmente para que a Ordem se torne um espaço de efetivo acolhimento e materialização da diversidade”, disse a presidente da Comissão.